Elaborado com o objetivo de ser uma introdução aos estudos de História da Psicologia, este livro faz mais do que fornecer um "mapa" de orientação nesse campo. Em linguagem simples, questões, autores e obras referenciais são problematizados, abrindo uma trilha acessível em meio ao emaranhado de teorias de diferentes épocas e geografias. Nesse sentido, cumpre seu papel de despertar o interesse e facilitar os percursos de aprofundamento das pesquisas. Mas é no exercício da crítica às narrativas tradicionais e seus modos viciosos de escrita da história que esta publicação se supera e singulariza. Firmemente embasados na consciência de pertencimento histórico e do conhecimento "científico" como construto, os autores nos contemplam com uma visão da Psicologia e uma ética profissional que, sem perder o rigor, não deixa de afirmar seu comprometimento com as questões sociais e políticas da atualidade.
A todos os interessados em adentrar o campo de estudos da Psicologia e sua História, podemos apresentar este livro como um guia, prático e experiente nas questões teóricas, que certamente irá preveni-lo de cair nas minas e armadilhas espalhadas pelo caminho. Começando pela problematização dos modos de fazer História e, mais especificamente, a História da Psicologia Social, os autores nos levam à compreensão de como as narrativas são construídas sob as injunções ideológicas e pragmáticas do contexto cultural em que surgem. Distante da validade universal das prerrogativas das disciplinas – oitocentistas – ditas científicas, este posicionamento escancara o caráter parcial e comprometido de todo conhecimento produzido.