A comunicação entre o autor e o leitor é direta: o livro é escrito para "vocês", que somos cada um de nós, primeiras e terceiras pessoas, aqui conjugadas no plural desta segunda pessoa, destinatária da história. Lauro Mesquita dá esse tom de conversa, de monólogo, e transita numa espécie de gênero híbrido, numa prosa feita também de poesia, torrente de palavras que dão forma a um discurso muito contemporâneo, que expõe a "fala" de nosso tempo numa escrita voraz e hipnótica.
Nas palavras de Noemi Jaffe, "[...] Lauro Mesquita lembra Samuel Beckett. Do excesso comunicacional desse nosso tempo, será que resta alguma troca, além de ruínas de palavras que rodopiam autonomamente? E, por outro lado, seu livro também remete ao brasileiro Francisco Alvim, cujos fragmentos de conversas nos levam a uma espécie de denúncia da ausência de sentido e das mazelas de nossos vários tipos sociais."