Até o surgimento da ciência moderna, as civilizações tinham olhado para o céu como se a parte visível dele e o nosso planeta constituíssem a realidade total. Tinham também pensado que o ser humano era a criatura mais preeminente e, até mesmo, o centro do concerto cósmico. Essa interpretação visual da realidade, admitida por praticamente todos os povos, foi desafiada pelas descobertas de Galileu, Newton e Darwin, que foram interpretadas por cientistas como Laplace como se o Universo fosse tão bem explicável por meio da hipótese de Deus quanto sem ela. Não há dúvida de que essas descobertas, em seu conjunto, representaram uma revolução no saber humano. No campo do conhecimento bíblico, ela teve por consequência o desenvolvimento da Crítica Histórico-Literária, que colocou em xeque a veracidade da narrativa contida no Antigo e no Novo Testamentos e introduziu desafios formidáveis ao texto bíblico. Nos cinco volumes de História da graça, o autor procura demonstrar que a compreensão da História Bíblica pode ser alterada pela adoção de um referencial hermenêutico distinto da interpretação tradicional, o qual permite enfrentar o desafio crítico de maneira nova. Esse referencial consiste na ampla gama de informações subjacentes ao texto, que não foram utilizadas para forjar a interpretação tradicional e que, por isso, permitem alcançar conclusões distintas dela.