A Idade Média é conhecida como um período de trevas, durante o qual a investigação científica e filosófica que florescera na Grécia antiga ficou estagnada por mais de um milênio. Mas será verdadeira essa tendenciosa visão, difundida após o renascimento e repetida incansavelmente ao longo dos séculos? Ou será que naqueles tempos turbulentos, em meio a perseguições religiosas, crendices e guerras sanguinárias, podemos encontrar figuras fascinantes e originais, que influenciaram o modo como encaramos a realidade até os dias de hoje?
Luciano de Crescenzo dá prosseguimento à sua história da filosofia abordando o período medieval e mostrando que, ao contrário do que muitos falam, a filosofia escolástica foi uma importante etapa no desenvolvimento do pensamento ocidental e não deve ser relegada ao esquecimento. Usando uma linguagem simples e acessível, livre dos jargões acadêmicos, ele destrincha as principais idéias de filósofos como Hipácia, Proclo, Boécio, Roger Bacon e Guilherme de Occam, e também de célebres teólogos, como São Jerônimo, Santo Ambrósio, São Tomás, São Boaventura e Santo Alberto Magno. Com sua característica irreverência e seu irresistível bom humor, Crescenzo conta ainda histórias interessantes e engraçadas acerca da vida desses pensadores, tornando suas idéias mais compreensíveis e as aproximando do nosso mundo contemporâneo. Filósofos muçulmanos e judeus - como Averróis, Avicena e Maimônides - normalmente deixados de lado quando se fala em pensamento medieval, também são abordados nesse livro, que faz justiça ao fundamental papel que tiveram na interpretação e tradução dos textos de Aristóteles nos séculos XI e XII.
Ao mesmo tempo introdutório e inovador, esse livro oferece uma visão panorâmica de alguns dos aspectos mais significativos da Idade Média e lança uma nova luz sobre o centenário embate entre fé e razão.