Heráclito de Éfeso, filósofo do século VI a.C., defendia a noção de todas as coisas estarem em constante devir. Segundo ele, a Natureza (Fluente) é caracterizada por conter em si o processo de geração e corrupção, sem, entretanto, deixar de manter-se a unidade desses dois momentos. De fato, não existem nascimento e morte, e sim a passagem de um momento a outro da existência. Há uma harmonia de tensões opostas, imperceptível à maioria dos homens, desprovidos de inteligência para compreenderem processo tão refinado. O homem sábio consegue perceber a unidade subjacente ao devir de todas as coisas, além de compreender haver um combate de cada um dos seres para se manter na existência. Entretanto, tal manutenção se manifesta impossível, uma vez que a permanência do mesmo implicaria a destruição do Universo. Enfim, a harmonia não aparente conecta todo o existente, ocultando-se em Natureza.