Tudo está preso ao sol, a sua delicia amarela, as cores que geometricamente deitam-se sobre tudo o que é vivo, o dia como um operário entrega-se ao trabalho confidente da luz, linhas cartesianas movedoras de zodíacos matinais e vespertinos. A lei da gravidade desmentindo auroras, sentença profana por onde serpentearão as mais brilhantes estrelas. O dia se esvai pelo útero da noite, pelas anáguas das horas diminuindo o ritmo, tornando sonífera e leitosa toda e qualquer cor. Como um colecionador de mortes e vidas, logo ele ressurge dissolvendo o negrume, fazendo tudo girar novamente.