A obra traz à cena o imperador adolescente Heliogábalo (203–222), figura famosa por seu reinado turbulento, embora breve, no Império Romano. A peça parte do conflito entre Heliogábalo e seus familiares. Temendo os ímpetos descontrolados do neto, a avó e a tia se articulam para assassiná-lo e assim preservar o poder na família. A conspiração se desenrola enquanto o imperador se dedica a questões metafísicas, ao seu amor pelo cocheiro Aeginus e à dilapidação do Império. Transitando entre o masculino e o feminino, entre a devoção e a heresia, Heliogábalo representa, para Jean Genet, a encarnação de um desejo místico que tem o poder de confrontar as estruturas políticas e familiares.