Será que o significado envolve preferencialmente o leitor ou a maneira de ler? Será que a doutrina cristã tem alguma contribuição a dar aos debates acerca da interpretação, da teoria literária e da pósmodernidade? Essas são perguntas fundamentais para os estudos bíblicos contemporâneos e para a teologia.
Em resposta a elas, Kevin Vanhoozer argumenta que a crise pósmoderna na hermenêutica – "a incredulidade para com o sentido", um ceticismo arraigado concernente à possibilidade de uma interpretação correta – é basicamente uma crise na teologia, provocada por uma perspectiva inadequada a respeito do Criador e pela chamada "morte" de Deus.
A Parte 1 do livro examina os modos pelos quais a desconstrução e a crítica radical da resposta do leitor "desfazem" os conceitos tradicionais de autor, texto e leitura. Vanhoozer envolvese criticamente com a obra de Derrida, Rorty e Fish, dentre outros, e demonstra a influência nociva sobre a "suspeita da hermenêutica" pósmoderna em torno dos estudos bíblicos.
Na Parte 2, Vanhoozer defende o conceito do autor e a possibilidade do conhecimento literário, valendose dos recursos da doutrina cristã e abordando o significado em termos de ação comunicativa. Ele afirma que há um sentido no texto, que esse sentido pode ser conhecido com relativa propriedade e que os leitores têm a responsabilidade de ter acesso ao texto, cultivando o que ele chama de "virtudes interpretativas".