GOTO – Romance – A Lenda do Reino do Barqueiro Noturno do Rio Itararé A Estância Boêmia de Santa Itararé das Artes, Cidade Poema, é uma espécie de Terra do Nunca tropical, enquanto histórica aldeia encantada pela própria natureza, inclusive humana, de seus boêmicos noiteadeiros, e, à beira do rio Itararé cresceu um guri deficiente físico que fez fama e virou mito com os remos nas mãos de pardal, com acontecências de idéias e imaginação fulgurante. Numa espécie de rica – não é desse mundo? - encruzilhada náutica, ele levou e trouxe causos e contações, como também trouxe notívagas almas perdidas feito a terceira margem do rio Itararé, e o rio Itararé é o mais belo rio que corre na divisa entre o Estado de São Paulo e Paraná. Ari, o Goto, personagem principal deste romance, esplende a historia do principio ao fim, até cair em si e sair-se de si. Ah o manto diáfano da fantasia. Rio e lágrima. Homem e criança. Rio - e alma viajosa. GOTO é um romance que pela sua própria feitura e existência em alto nível inclusive criacional, muito bem homenageia Ítalo Calvino, Jorge Luiz Borges, José Saramago, Umberto Eco, Gabriel Garcia Marques, para não dizer dos brasileiríssimos Graciliano Ramos, Guimarães Rosa e mesmo Dias Gomes e Érico Veríssimo, e, de alguma forma ainda, Clarice Lispector. O autor, Silas Correa Leite, escritor premiado em verso e prosa em concursos literários de renome, inclusive internacionais, aqui, volta à aldeia-ninhal – Canta a tua aldeia e serás eterno, disse Tolstói – e levanta o alumbrado historial todo de um tipo ribeirinho que fica entre paranormal, sensitivo, alma penada, e ainda mesmo assim se assenta macunaímico, malazartico e folclórico, numa iluminura de narrativa, até porque Itararé tem dessas coisas mesmo, é chão de estrelas com suas fuzarcas, forfés, como nos causos que inventa de aprontar Ari, o inventariante de cenários do romance.