Este livro apresenta as vivências subjetivas de um grupo de gestores de uma Instituição do Sistema S em Goiás em relação à informatização de seus processos. Por meio da Psicodinâmica do Trabalho, com base na teoria psicanalítica e nas Ciências Sociais, desvela as vivências intra e intersubjetivas da organização do trabalho dos gestores. Algumas questões norteiam o desenvolvimento dessa análise, dentre elas as que ressaltam as mudanças provocadas pela informatização dos processos no contexto de trabalho do gestor na Instituição analisada e como a inserção de novas tecnologias pode influenciar as vivências de prazer e de sofrimento no trabalho. Ao considerar as informações e o conhecimento acumulados, destaca-se a importância da cultura organizacional durante o processo de implantação de sistemas informatizados, ao ressaltar que esses sistemas apresentam uma boa aceitabilidade no mercado, porém, frequentemente divergem dos aspectos culturais, mostrando resistências que, às vezes, mostram-se relevantes. Essas questões desencadearam a motivação para este livro. Emerge a necessidade de questionar-se, no tocante ao futuro da humanidade, sobre a criação de uma cultura de socialização dos benefícios e de diminuição dos malefícios sociais causados pelas inovações tecnológicas. Os resultados representam contribuições nas análises sobre a relação entre organização do trabalho informatizado e saúde mental do gestor, ao desvelarem as defesas que o grupo utiliza para enfrentar o sofrimento imposto pelo real do trabalho em um ambiente competitivo individualista e produtivista, capaz de transformar a liberdade e a autonomia dos gestores em um conceito limitado e insuficiente para que o pensamento crítico e a solidariedade possam transformar a sua rotina de trabalho e a da instituição como colaborativa. Sentidos positivos e negativos são atribuídos à tecnologia pelos participantes quanto à invasão da vida pessoal, saúde e cultura. Os espaços de discussão coletivos, realizados conforme pressupostos pela Psicodinâmica do Trabalho, proporcionaram aos participantes vivências de prazer, mobilizando as estratégias coletivas desses trabalhadores. As constituições de espaços coletivos possibilitam ampliar a percepção do trabalhador sobre ele mesmo, bem como favorecer o seu processo de emancipação e a consequente intervenção naquilo que o grupo identifica como necessário para melhorar a organização do trabalho.