"As mulheres amam demais", "Você não deve demonstrar interesse pelo homem pretendido", "Avalie bem antes de investir em um relacionamento", "Uma mulher poderosa sabe que...": esses são alguns dos conselhos sugeridos às mulheres ou publicados em manuais de aconselhamento que prometem estratégias para evitar o sofrimento amoroso, estimulando mudanças no comportamento feminino.
Em Gerenciando as Emoções: conselhos afetivos e experiências femininas, a autora analisa os conselhos afetivos publicados em manuais de autoajuda best-sellers no Brasil e as experiências de leitoras que fizeram usos dos aconselhamentos, buscando identificar o contexto de difusão desse segmento literário e os sentidos produzidos pelos conselhos nas vidas das mulheres. Sob um referencial feminista, a autora discute os padrões de gênero subjacentes aos discursos de aconselhamento, os arranjos afetivos estimulados pelos manuais e as implicações vivenciadas nas experiências femininas, tendo em vista o custo emocional demandado ao gerenciar as emoções, diante de relacionamentos afetivos que não deram certo.