Estrabão foi um geógrafo grego nascido na região de Amásia – hoje Turquia – e viveu sob o governo dos imperadores romanos Augusto e Tibério. Pensador, historiador e geógrafo, seu trabalho mais influente é sem dúvida, Geografia, uma obra que ele mesmo descreveu como sendo um trabalho colossal. E não há exagero nesta definição: apresenta, no total, dezessete livros que refletem elementos políticos, culturais, religiosos, históricos e, obviamente, geográficos, da complexa e multifacetada sociedade romana da passagem para o século I. Como era comum entre os escritores antigos, Estrabão também baseou parte de sua obra em autores que o precederam, como Erastóstenes e Hiparco. Porém, ao contrário de outros pensadores do mundo antigo, Estrabão viajou extensamente pelo mundo conhecido à época, e muito do que apresenta em seu texto é resultado de suas próprias experiências. "Você não poderia encontrar outra pessoa entre os escritores de geografia que tenha viajado mais do que eu", afirma em certo momento de sua Geografia. E é nesta vivência que está a riqueza da obra de Estrabão: alguém que conhecia a tradição da cultura antiga mas que, também, a vivenciou de forma intensa, criando um trabalho único e original, revelando o ponto de vista de um erudito grego explorando a cultura romana e sua diversidade. Esta é a primeira tradução para o português do Livro I de Geografia. Apresenta a tradução do texto grego, acompanhada por centenas de notas, e suplementado por uma discussão sobre a vida de Estrabão e sua relação com a obra que o imortalizou. O editor e tradutor para o português é Antonio Fontoura, doutor em história, professor universitário de história, além de autor de obras ligadas ao estudo teórico da produção do conhecimento histórico, como Teoria da História, e A história e os dias: a historicidade do cotidiano e o protagonismo dos indivíduos, ambas pela editora Intersaberes, e Introdução ao Estudo da História, pela editora Fael.