Ao entrar em contato com a história de Geminha, logo começamos a torcer para que ele encontre pessoas compreensivas, que entendam suas expectativas, que lhe deem a liberdade de cantar e de voar, que exerça as habilidades de que a natureza lhe dotou. Acompanhando a trajetória de Geminha, cruzando os dedos para que não seja ferido numa rinha de pássaros ou esmagado por um par de tênis de uma menina maluca, deixamos nos levar pela escrita da autora... E, à medida que avançamos na leitura, vamos percebendo que, ao falar dos animais maltratados, ela está nos levando a ter uma maior compreensão de um tema muito discutido atualmente: inclusão. E inclusão não só daqueles que nasceram com algum tipo de problema, mas também daqueles que foram atingidos por qualquer tipo de violência emocional. As vidas de Geminha e Mariana se cruzam naquele espaço que possibilita ao ser humano vivenciar o seu melhor: a arte. Na representação, todos são livres, todos são iguais. Na encenação do espetáculo, a participação de cada um é extremamente necessária para que o conjunto seja uníssono e o todo se revele como expressão da essência do ser humano.