Tive a grata satisfação de orientar as autoras deste livro-reportagem, Daniela Martins e Érica Gomes, minhas alunas de jornalismo. Para escrever "Gaviões, 45 anos", ambas precisaram despir-se de todo tipo de preconceito, afinal, os Gaviões são vistos por muitos como violentos e promotores de confusão. Controvérsias a parte, elas foram ao encontro da grande reportagem para ouvir ao longo de muitos meses e horas, torcedores dos Gaviões. O livro é, na verdade, uma apaixonada reportagem sobre o ambiente dos Gaviões, sobre os vários encontros entre pessoas que são muitas vezes excluídas pela sociedade. Na arena de futebol, na quadra ou nas macarronadas de domingo, existe espaço para socialização, aprendizagem e amizade entre os torcedores, para além do amor pelo "Timão". Um lado que pouca vezes é mostrado pela mídia deste país. Os "manos" como também são chamados os Gaviões, são solidários e possuem valores que são ensinados à todos os membros da fiel. Nele está à história de fé e dedicação de vários Corintianos que participam da Fiel torcida, como a de Dona Marcinha, Gordo, Ronaldo. Símbolos da garra, união, e orgulho da agremiação alvinegra. As autoras também passeiam pela história dessa importante "Nação" e contam fatos e curiosidades que fizeram dos Gaviões uma das mais importantes e influentes torcidas organizadas do Brasil. Contar essa história é preservar a memória do país, no ano em que a torcida completa 45 anos de existência. É ter fé nas diferenças e identidades como possibilidade de convivência pacífica e feliz. Uma experiência para todos que acreditam em tais possibilidades, para todos que amam o esporte e o futebol. Isabela Ruberti Jornalista e professora universitária.