Sou filha de garimpeiro. Minha mãe era lavadeira, costureira, dona de casa, educadora dos filhos. Analfabeta nas letras, mas doutora na vida. Então a ideia de garimpar, lavar, costurar, estiveram sem-pre presentes em minha mente e eu as coloco nos meus escritos, no sentido metafórico das palavras. "Lavar a alma", "costurar e garimpar sonhos", porque o garimpeiro, na sua labuta de pegar o diamante, assim como a lavadeira, a costureira e na verdade todos esses profissionais que lutam em busca da sobrevivência, buscam realizar os sonhos de fazer a família feliz. Não apenas as necessidades básicas como o pão, o feijão e a farinha, mas a realização e ascensão social, profissional e principalmente a realização pessoal. A emoção do garimpeiro, ao ver o diamante brilhando é comparada à emoção de ver um filho se formando, ou se casando com a pessoa que ama. O brilho do diamante corresponde ao brilho do olhar do garimpeiro, olhar de esperança num futuro promissor, assim como cada profissional carrega consigo um sonho de vir seu trabalho re-conhecido. Busco, através das minhas palavras, levar ao leitor, motivos para refletir sobre a nossa passagem por esse esplêndido e maravilhoso mundo em que vivemos, mostrando um pouco dos valores aprendidos no decorrer desta vida. A poesia desperta a sensibilidade e através dela, o leitor pode se surpreender ao experimentar sensações incríveis e mudar comportamentos. Acredito que este mundo possa ser melhor, quando aprendermos a amar e respeitar a natureza em toda sua complexidade, envolvendo animais, vegetais e todos os seres, assim como nós mesmos e os nossos irmãos terrenos.