A prática do futebol por mulheres historicamente é matizada por episódios de concessões, infiltrações, transgressões e conquistas. Embora as mulheres tenham estado presentes em todas as etapas da sociogênese do futebol, protagonizando inserções tanto como espectadoras quanto na condição de praticantes, o espaço e a visibilidade destinados ao futebol de mulheres evidenciam a inocuidade dessa prática como campo de atuação profissional. Os projetos das jogadoras pesquisadas evidenciam o reconhecimento do exercício profissional, porém circunscritos pelos impedimentos da falta de estrutura e da formalização dos vínculos empregatícios. Em contrapartida, pela análise da legislação podemos identificar que as jogadoras exercem atividade profissional de fato, explicitando a ilegalidade dos mecanismos de formalização dos vínculos firmados pelos seus clubes, quando estes não cumprem com as garantias às quais as atletas fariam jus por direito.