Este livro tem por objetivo investigar, na interação entre jovens do grupo social funk, de quais estratégias conversacionais eles se valem para defender seus propósitos – mais especificamente, analisar e explicitar, após transcrição de nosso corpus (conjunto de gravações e transcrições analisadas) de trinta e sete minutos e dois segundos, que totalizam sete gravações, as estratégias conversacionais ocorridas durante esses diálogos, com foco nos marcadores conversacionais, suas funções e posições dentro dos turnos; nas gírias, expressões gírias, seus significados e formações; nas metáforas e metáforas gírias e suas conceptualizações; entre outros elementos com os quais nos deparamos nas análises efetivas, a fim de estabelecer a relação entre os jovens do grupo, reafirmar o grupo social ao qual esses jovens pertencem e evidenciar a questão identitária que o signo traz ao grupo. Observar a maneira de interação de determinado grupo permite-nos identificar como as relações se dão e como é a visão de mundo dos participantes do grupo. O aporte teórico deste estudo circunscreve-se à área da Sociolinguística Interacionista, da Análise da Conversação e da Linguística Cognitiva. Nessa investigação, notamos que os jovens do grupo social funk utilizam-se de metáforas, bem como de gírias e de marcadores conversacionais e fica evidente que esses elementos linguísticos são responsáveis pelo engajamento mútuo dos interactantes desse grupo e garantem, estrategicamente, a organização da interação do evento comunicativo face a face. Além disso, com este livro, ao apresentarmos elementos específicos da linguagem do funk, podemos propiciar visibilidade a esse gênero musical para além de um contexto de marginalização somente.