A criança chega ao mundo pelo nascimento biológico, mas o filho só nasce pela disposição dos pais para recebê-lo e assumir sua paternidade e maternidade, o que significa sair um pouco de si, e transformar o espaço físico em 'ninho', transformar a casa em lar.
O progenitor constitui-se em Pai, o porto seguro para o filho, ao partilhar seu mundo, sua vida, seu aprendizado, oferecendo-se como modelo de identificação, pelo acolhimento e pelo reconhecimento como filho, impulsionando seu desenvolvimento em interação com a família, com o meio social e a cultura, facilitando sua passagem para a vida adulta enquanto cresce em competência e ganha em responsabilidade social e cidadania.
Quando o pai tem o álcool como o centro da vida e deixa o filho à deriva de uma contínua carência da figura paterna, abalando sua autoconfiança e sua autoestima, o processo de identificação é prejudicado pela supressão do acolhimento, da paternagem, da função protetiva, pelo o abandono e o desamparo, acarretando insegurança e mágoa para o filho, em prejuízo das relações, da estruturação da lei e da ordem social.