As quietas ruas de minha velha vila Desertas na maior parte do tempo Por onde brinquei na melhor fase da vida Ruas hoje varridas pelo vento. A sala de minha avó Repleta de pequenos enfeites que remetem à esperança Cenários da construção de minha essência Lugar terno onde eu pude ser criança. Os amigos que me fizeram tão bem Que comigo riram e trouxeram de volta minha calma A saudade disso tudo deixa apertado o coração É como se tudo isso quebrasse em cacos minha alma. Na guerra eu jamais estive Mas sempre imaginei como deve ser a vida do soldado Que no front luta a luta que não é sua Que adiante só vê solo devastado. Tudo isso toca minha alma E a impressão é de que ela se estilhaça As mazelas do mundo a atingem como a pedra Que o menino atira na vidraça. Escorrem lágrimas de meus olhos e elas caem Molhando a folha e o poema de forma sucinta Como se essas lágrimas fossem pedaços de alma Os fragmentos de minha alma Sobre o papel e a tinta!