O conteúdo deste livro redunda em reflexão, convocação, apelo ao bom senso de repensar a formação de professores. Porque repensar a formação desses profissionais é revisar o país e rever seu conceito/contrato civilizatório. No entanto, essa guinada histórica não requer apenas a criação de outro "programa" para a finalidade, mas a oferta de condições que dignifiquem a profissão e faça com que seus atores continuem a se atualizar, adequando-se às novas tecnologias, às novas realidades. E nesse caso, dignidade é tempo, saúde, diversão e dinheiro para envelhecer bem e influenciar novas gerações a serem semente/somente professores e se construírem na vida como educadores em novo "ciclo profissional". Isso deve ocorrer tendo a escola por laboratório de maturação sob o olhar atento de experientes mentores e operadores do magistério, à luz de novos e velhos conhecimentos. O trabalho docente executado por eles é tão extasiante quanto outras atividades, pois atuam em campos essenciais da vida humana. Ou seja: lidam com a doçura infantil, a ignorância adulta, a diversidade sociocultural e a luta política, que exigem preparo físico, mental, científico e espiritual. O ato docente se antecipa a qualquer outro, fora do âmbito biológico familiar. Portanto, as ações que ensinam, que instruem, que encaminham não podem ser privatizadas, mas protegidas pelo Estado Democrático de direito, ao alcance de todos. Países que avançaram em qualidade de vida, avançaram porque investiram em educação, em ciência, em tecnologia, mas principalmente porque valorizaram e valorizam seus professores, atores principais do enredo que constrói e reconstrói as pessoas. Formar professores e professoras é ação política orgânica, indissociável, decisiva, definitiva, portanto, também não pode ser parcelada.