Este livro é o resultado de uma pesquisa que investigou o que vivenciam e pensam os alunos sobre folclore e música folclórica. A compreensão do campo de estudos apresenta pesquisas em educação musical, cuja crescente tendência tem sido aproximar o ensino de música das vivências cotidianas dos alunos. Integram, também, esta revisão, pesquisas sobre folclore e folclore na educação. As teorias balizadoras foram construídas a partir de três perspectivas distintas, porém complementares, incluindo os modelos de ensino escolar, a partir dos estudos de Pérez Gómez (1998a, 1998b, 1998c, 1998d, 1998e, 2001), o folclore (ALMEIDA, 1971; BENJAMIN, 2002; CÂMARA CASCUDO, 1984; GARCIA, 2000; LIMA, 1985) e propostas de inclusão do folclore na escola, tendo como base as cartas do folclore brasileiro, datadas em 1951 e 1995. Os caminhos metodológicos foram estruturados a partir do uso do survey interseccional de pequeno porte como método e da realização de entrevistas semiestruturadas como técnica para a coleta dos dados. Por meio de procedimentos de amostragem por estratos e amostragem aleatória simples, foram selecionados 11 alunos da rede municipal de ensino de Porto Alegre. Os dados oriundos das entrevistas com esses alunos configuraram o material para a análise dos dados, apresentando o que vivenciam e pensam os alunos, transversalizados às teorias balizadoras. Como resultados da pesquisa, constam as vivências de folclore e música folclórica dos alunos, o que eles pensam sobre esses assuntos e os dados sobre a educação musical existente em suas escolas. Além disso, são destacados os principais padrões encontrados nesta pesquisa, bem como as relações existentes entre as categorias de análise. Nas considerações finais, são apresentadas as contribuições deste trabalho para a educação musical, enfatizando-se a necessidade de se estabelecer uma interlocução entre o ensino escolar e o folclore, com vistas a fornecer subsídios para a construção de alternativas de inclusão do folclore no ensino escolar.