Com o olhar do leitor, mas também com o olhar do escritor e do clínico, Hélio Strassburger nos conduz por caminhos que ajudam a explorar cada vez mais o território sagrado das poéticas da singularidade – nossa, dos outros, dos nossos partilhantes –, ao passo que, neste diálogo entre Filosofia Clínica e Literatura, aparece uma faceta de sua própria singularidade. Dessa paixão dominante pelas leituras, nascem esses ensaios, semiose escrita a denunciar o quanto isso importa e alimenta o ser cuidador no trabalho clínico.
Diante da vida que volta e meia nos surpreende e nos entedia, os ensaios do Hélio revelam como a Literatura – sustentada pela perspectiva da singularidade em Filosofia Clínica – fornece meios de transporte para lidar com nossa própria existência e experiências. Via construção compartilhada, respiros existenciais parecidos ocorrem no trabalho desenvolvido na clínica filosófica. Guardadas as suas proporções e intencionalidade, a Literatura e a Clínica são potências para viabilizar estruturas de pensamento em busca de uma vida melhor.
Assim, esse livro é recomendado para filósofos clínicos, para curiosos com mente aprendiz, e para quem é apaixonado por Literatura e gosta de saber o quanto os autores nos impactam, visto que muitas vezes dão vida aos nossos personagens irrealizados até então, quando a obra escrita e lida põe em curso nossas mais diversas facetas e abre para as múltiplas possibilidades de uma vida. É um convite para se conhecer, pois, "...leitura, escritura, terapia – (funcionam) como ponto de partida para um horizonte pessoal..."