O cristão-novo Félix Nunes de Miranda foi processado por duas vezes pelos Tribunais do Santo Ofício de Llerena, na Espanha, e de Lisboa, em Portugal. Em 1696, foi preso por roubo e práticas judaizantes e no período entre 1697 e 1727, ele e a família se mudaram para Campos da Cachoeira, na Bahia, para recomeçar a vida longe dos tribunais inquisitoriais. Após 30 anos vivendo no Brasil, Félix retornou ao Reino acusado de relapsia em judaísmo, crime pelo qual foi relaxado à justiça secular. Além de sua trajetória, buscou-se nesta pesquisa analisar a herança imaterial em suas duas vertentes, as práticas de que fora acusado de ter e as crenças nas quais afirmou ter sido instruído.