Discorrer sobre a felicidade é um pouco tentar falar sobre meus próprios anseios, meus sonhos e desejos. É também refletir sobre minhas próprias dores e relembrar os caminhos que trilhei e os percalços que tive durante meu caminhar até aqui.É antes de tudo tentar entender os dissabores da vida que levo e – inevitável- fazer a comparação com as vidas das pessoas que conheço e verificar que todas elas tem seus dissabores independentemente da posição social que ocupam, do nível de conforto que possuem, do grau intelectual que adquiriram, do cargo que exercem em suas vidas profissionais, dos casamentos sólidos e duradouros ou dos vários fracassos amorosos, das relações familiares bem construídas ou dos lares desfeitos, não importa. Todos tem uma gama de problemas e os são por vezes insolúveis. A cada dia que acordo penso que milhões de pessoas pessoas nãoo acordaram. Então eu tenho obrigação de estar feliz porque eu tenho uma chance a mais que elas de poder olhar nos olhos das pessoas que eu amo e pedir desculpa pelas bobagens que eu disse ontem quando eu estava de cabeça quente, eu tenho uma chance a mais que elas de pedir perdão para as pessoas que não gostam de mim e talvez eu nem saiba o por que, para a gente tentar ser amigos, para eu mostrar à elas que eu sou legal. Eu tenho mais uma chance de ser gentil com os desconhecidos, de ser humilde com os humildes. Estou tendo a chance de poder ver o sol mais uma vez, de comer e tem milhões de pessoas que acordaram e não comeram nada ainda e nem vão, e eu tomei banho, e eu coloquei roupas limpas e eu tenho um trabalho e tem milhões de pessoas que não tem nada disso. Ah meu filho, o que mais eu quero? Eu não preciso de nada mais. Eu cheguei aqui sem nada e vou voltar pra lá sem nada. Se colocarem uma armadura de ouro em mim quando eu me for, daqui a alguns anos quando abrirem o caixão a armadura vai estar aqui, eu não. Então o que eu preciso? Sinceramente eu só preciso agradecer essa oportunidade. É sobre isso que esse livro fala.