Depois de mais um dia duro no escritório, achei que não seria má ideia parar no boteco e tomar umas. As pessoas, de um modo geral, não gostam da ideia de tomar umas em plena terça-feira. Já eu, quero mais é que elas se fodam. Eu não sou alcoólatra, mas se a sociedade vai me rotular de alguma coisa, sempre preferi ser visto como bêbado do que como sóbrio. Me parecia mais fácil, com esse título, explicar o porquê de não concordar com a maioria dos imbecis que me rodeavam. Situações inusitadas, personagens incomuns, bebedeiras usuais, brigas de bar e questionamentos sobre tudo que é tido como certo ou errado constituem essa obra, que é tanto entretenimento como uma crítica ao bom senso e ao lugar comum. Desde a jovem que tem sua fé questionada ao se deparar com um belo rapaz no metrô até o escritor bêbado procurando um pouco de ação, celebra-se aqui toda e qualquer forma de agir que saia do convencional, celebra-se aqui a dúvida, a vontade de ter dúvida, a aceitação da dúvida como forma de resistir a essa sociedade patética e ordinária em que vivemos. Uma verdadeira ode aos pinos redondos nos buracos quadrados.