A ampliação do acesso ao ensino superior tornou comum, nas universidades brasileiras, a presença de estudantes em diversos estágios de desenvolvimento da escrita. A diversidade desse novo contexto cria desafios para professores das mais diversas áreas, exigindo novos aprendizados. Por que alguns estudantes escrevem como falam? Quais as relações entre fala e escrita? A fala pode auxiliar no desenvolvimento da escrita? Devo estimular a fluência ou vigiar a gramática? Que aspectos podem facilitar ou dificultar o desenvolvimento da escrita?

O livro Falando por escrito tenta responder a essas e outras questões estabelecendo uma interface entre Educação, Linguística e Jornalismo. Percorre reflexões sobre variedades linguísticas, relações entre oralidade e escrita, aprendizagem, interação, gêneros, concluindo que o desenvolvimento da escrita passa pela fala, já que uma nova habilidade se desenvolve a partir de uma antiga.

O Jornalismo integra o debate por conta da retextualização, isto é, geralmente parte-se da entrevista (oral) para a construção do texto (escrito). Por isso, defende-se a ideia de que certos procedimentos e formatos jornalísticos podem colaborar no ensino-aprendizagem da escrita, como indicado pelas DCNs. Tomando como base a produção textual de estudantes com diferentes graus de letramento, o livro sugere estratégias capazes de facilitar o desenvolvimento da escrita, com respeito à diversidade de experiências e saberes dos estudantes."