Para Luís Vaz de Camões, "amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói, e não se sente; é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer". Não raro, o amor funciona como busca para solucionar a insegurança, a solidão, escondendo a dominação, o ciúme, a inveja, causando tensões e gerando motivações para comportamentos não aceitáveis.
O verdadeiro lembrete do amor positivo talvez possa compor uma imagem mais simpática da arte de ser feliz junto. Ser uma porta para a verdade, a felicidade e a amizade, quando o componente eu, vier somado ao você e resultar num nós e não no eu e talvez você.
Quem sabe sermos como os gatos; um amigo, mas nunca um escravo. Termos autonomia para estar com o outro e, ao mesmo tempo, estar conosco.
Parece pouco, mas é muito nos aventurarmos na terra do outro. Fazermos certas confissões, ousarmos dizer sobre nossos medos, crenças e esperanças.Algo que aproxima, incentiva o compromisso e encontra um vocabulário comum. Trata-se da construção conjunta de algo precioso e cada vez mais raro: o conforto de um momento compartilhado.