Como explicar o fato de F. A. Hayek, pensador celebrado e reverenciado em diversas partes do mundo, ocupar ainda tão pouco espaço nos debates filosóficos, políticos e econômicos no Brasil? Como explicar calculada rejeição a uma coleção de ideias e trabalhos ainda tão inexplorada? Impossível dialogar em termos razoáveis quando se tem o monopólio absoluto da palavra e Hayek, para enorme desconforto dos críticos, lança mão de sólidos argumentos no combate ao mito estatizante que por séculos domina a nossa história. A realidade não existe para celebrar expectativas pessoais ou para se moldar a gostos de grupos supostamente messiânicos. Apenas as nações que compreenderam esse fato e se agarraram à liberdade e aos movimentos espontâneos do existir avançaram e prosperaram. Talvez ninguém tenha compreendido como Hayek a potência dinâmica do real. Precisamos nos debruçar sobre a obra de Hayek, portanto, não apenas para cultivarmos uma fortuna crítica para a qual viramos as costas por demasiado tempo. Disso depende, sem dúvida, a história que hoje começamos a construir para nós mesmos e para o país.