De longa data, o diploma universitário vem sendo perseguido pelas camadas médias e populares no Brasil. Seja em função da demanda por melhores colocações no mercado de trabalho ou para a promoção nas carreiras burocráticas, públicas e privadas. Por conta desta pressão social e econômica vem ocorrendo uma enorme expansão de oferta de matrículas no ensino superior brasileiro. Enquanto a população aumentou de 41,2 milhões de habitantes em 1940 para 204,4 milhões em 2015 (variação de 395%) a quantidade de matriculados no ensino superior aumentou em cerca de 40.000%. Será que essa enorme expansão de vagas possibilitou um maior acesso dos brasileiros e brasileiras à universidade? Será que a estratégia de expansão de vagas públicas combinadas com cada vez mais oferta privada, tem sido suficiente para eliminar o caráter elitista do acesso ao ensino superior brasileiro? Será que – com as políticas de inclusão promovidas por meio do FIES, PROUNI e de cotas - se pode falar em inclusão de excluídos no ensino superior brasileiro? Teriam essas políticas de inclusão permitido aos excluídos saltar as barreiras que os mantinham na condição de excedentes? Será que os estudantes que concluíram o ensino superior no Brasil, por terem um diploma na mão, podem se considerar plenamente-incluídos? Será que as universidades públicas no Brasil continuam a ser "lugar de rico"? Eis as indagações que se busca responder neste livro por meio de uma análise aprofundada da expansão do ensino superior brasileiro.