"Se qualquer adulto do mundo abrisse a porta do quarto de Eugênia naquele momento, morreria do coração. Dentro daquele apartamento situado em um bairro qualquer, de uma cidade mais qualquer ainda, um cenário digno de filme de ficção científica de Hollywood estava sendo construído."
Eugênia tem 11 anos e é diferente de todas as outras crianças. Apaixonada por livros de mecânica e elétrica, não vê a menor dificuldade em montar e desmontar os aparelhos eletrônicos de sua casa. No entanto, apesar de ser muito mais inteligente do que Albert Einstein e Leonardo da Vinci juntos, ela simplesmente é incapaz de fazer amigos.
Para ela, os humanos são incompreensíveis: choram quando estão felizes; dizem "tudo bem" quando estão tristes. Cansada de conviver com essas pessoas indecifráveis, Eugênia decide, literalmente, fazer seus próprios amigos, devidamente programados por ela.
Mas será que viver em um mundo perfeito, em que tudo funciona como a gente quer, é mesmo divertido?
1. um robô não pode fazer mal a um ser humano nem permitir que algum mal lhe aconteça;
2. um robô deve obedecer às ordens dos seres humanos, exceto quando estas contrariarem a primeira lei;
3. um robô deve proteger a si mesmo, desde que com isso não contrarie as duas primeiras leis.
— ISAAC ASIMOV