A obra analisa como o ideário neoliberal se apresenta no conjunto das políticas de contrarreformas educacionais em curso, inferindo para as transformações que pretendem ser provocadas no contexto específico de formação para o trabalho no âmbito dos Institutos Federais (IFs). O estudo questiona se há uma nova racionalidade que marca as políticas relacionadas à oferta de formação profissional no âmbito dos IFs. Para responder a essa questão, o texto identificou movimentos relacionados com mudanças na gestão, avaliação e financiamento; na realização de parcerias e na matriz curricular. O trabalho aponta que há um novo tipo de privatização em curso no Brasil, indicando uma alteração na natureza das instituições, que passam a funcionar como estatais não públicas, ou seja, instituições que permanecem financiadas e pertencentes ao Estado, mas que passam a organizar sua atuação com base em processos, estratégias e valores que atendem ao mercado privado. É um modelo de privatização que não altera a natureza das instituições, mas transforma, bruscamente, sua forma de atuação, pois a instituição pública passa a funcionar como empresa privada a partir de um movimento interno. A condição disso é a oferta de um ensino barateado e fragmentado somado a um ataque à categoria docente, produzindo retrocessos e perdas para a população em geral.