A razão política ocidental moderna conforma-se, fundamentalmente, sob um princípio securitário. Estruturada na forma estatal, ela corresponde a uma ordenação política pautada nas ideias de previsibilidade e coerência, amparada em uma racionalidade técnica que funciona como seu discurso legitimador. Este livro se propõe, então, a explorar o modo pelo qual o recurso a razões de segurança se constitui como uma arte de governar, responsável por conformar o poder político em termos de um Estado securitário.
Para tanto, divide-se em duas partes. A primeira destina-se a reunir, no campo político-filosófico, conceitos, reflexões e abordagens que nos permitem estabelecer um quadro analítico do fenômeno estatal. A segunda, voltada ao próprio conceito de segurança, recorre ao campo dos Estudos críticos sobre segurança para aprofundar a compreensão de sua dinâmica contemporânea.