O livro analisa o processo de reprodução de crises e instabilidade política no quadro de funcionamento do Estado militar boliviano do período 1971-78. Afasta-se dos tradicionais enfoques sobre o fenômeno da instabilidade política e da problemática militar e propõe uma análise teórica alternativa. Parte-se da discussão de que tal fenômeno político deve ser examinado à luz da relação entre crise política e instabilidade política no quadro de funcionamento reprodutivo do Estado burguês. Detecta-se que as principais causas da instabilidade política no período em foco foram provocadas pela relação entre Estado militar e classes dominantes. Mais especificamente, demonstra-se a tese segundo a qual as principais causas da instabilidade política foram desencadeadas por três crises devastadoras, intimamente relacionadas: de hegemonia, de acumulação de capital e de sucessão militar-governamental. As principais crises e contradições políticas no período foram agravadas pelo impacto desestabilizador destas três crises que provocaram instabilidade política permanente.