Por vezes, nos deparamos com situações na vida que jamais imaginamos e muito menos estamos preparados para enfrentá-las, restando-nos somente à resignação, como é o caso desse drama. Um drama que narra à vida e o cotidiano de uma senhora de idade já bem avançada, viúva, que mesmo rodeada dos filhos, nora, genros e netos se sente solitária, inconveniente, tendo a constante sensação de estorvar incomodando os mais jovens. E a razão disso, é que por infortúnio, por contingências e percalços da vida deixou de ter o cantinho dela, onde pudesse ser e agir como bem quisesse, sem ter que ser como que amparada vivendo ora na casa de um e ora na casa de outro. O fato de revezarem entre eles, – os filhos – lhe dando guarida, é mais do que do suficiente para entristecê-la, exaltando as lembranças trazendo fortes recordações do passado... Recordações de quando jovem vivia feliz e contente no sítio de seus pais, e depois dela – filha única. Um sítio maravilhoso onde criava e plantava de tudo, no qual, além de viver livre, independente, sem precisar pedir nada a ninguém, podia trabalhar sempre contente e realizada... Mas que, desafortunadamente, o último marido por negócios malfeitos acabou perdendo, tendo que agora se sujeitar a viver aqui e ali, não se sentindo mais como antes, quando vivia de forma esplendorosa... São recordações que lhe trazem muita, muita saudade, mas que perderam seu encanto como um espelho quebrado...