Como os educandos cegos matriculados no Ensino Médio da rede estadual de ensino de Belém do Pará representam suas vivências na escola? Esta é a indagação central deste livro. Os resultados obtidos com a pesquisa demonstraram a importância da concepção de espaço vivido para a compreensão da realidade da escola, para se entender os avanços nas políticas de inclusão, bem como as fragilidades ainda presentes na escola para receber os alunos cegos. As representações dos educandos cegos sobre a escola (uma posição a partir do espaço vivido, mas articulada com o espaço concebido e com o espaço percebido) são reveladoras da complexidade da realidade da escola como espaço vivido. Em coerência a isso, os relatos deles não expõem posições extremas e absolutas, que poderiam se exprimir na caracterização da escola como algo essencialmente positivo ou negativo. Ao contrário disso, as representações dos educandos cegos são expositoras de uma escola contraditória, que consegue simbolizar a esperança e a inoperância, o prazer e a dor, a socialização e o isolamento, a justiça e a injustiça, a inclusão e a exclusão.