"Espaço de batalha e urbicídio na cidade do Rio de Janeiro" é um livro, ao mesmo tempo, ousado, atual e extremamente necessário para compreender dois fenômenos chave da contemporaneidade: a exacerbação da violência e a militarização que a acompanha, tudo isso envolvido numa releitura da "construção do espaço" em que a (necro)política policial – simultaneamente "legal" e "ilegal" – tem um papel cada vez mais decisivo. Através dos discursos armamentistas emblemáticos de líderes de extrema direita que chegam ao poder, como Duterte nas Filipinas e Bolsonaro no Brasil, temos o ápice desses tempos em que a maior violência, a da desigualdade, é atacada não em sua fonte, que é profunda e sistêmica, mas apenas em alguns de seus efeitos, na perversa contenção territorial e militarizada das classes e grupos mais subalternizados.