MAIS UM DIA AMANHECE
"Depois de um tempo quieto em silêncio, o papel pede para ser pintado, quer maquiagem. Papel é uma diva drag, pois só encontra sua natureza quando deixa sua aparência original e pinta, com letras, todo seu corpo. Nesse momento ele se monta e vira ela: o papel vira poesia.
(...)" Em Escrevo porque me livro, Rudmar Franco mostra que poesia é um modo de como enxergar o mundo; e quem olha assim o mundo retribui em forma de poemas, ou de contos, enfim, de literatura. Poesia se cria no confronto cotidiano do eu consigo mesmo; do eu (esse ser social e interativo) na vastidão do mundo; do eu para com o outro, para com os outros... do amor!
Nos lembra da capacidade que somente nós, seres humanos, temos de criar o divino e sermos capazes de nele acreditar. Além de tudo isso, em diversos momentos somos convidados e conduzidos – por meio de sutis referências, ou citações - a outros autores que, assim como ele, enxergaram o mundo com o olhar menos viciado da rotina da vida, quem sabe mesmo poderia dizer olhar de um poeta. Sirlene Aarão, professora, autora e linguista aplicada