As Escolas Famílias Agrícolas instalaram-se no Brasil como uma proposta pedagógica diferenciada para atender as comunidades rurais: a Pedagogia da Alternância. Com um princípio pedagógico que possibilita a integração dos estudos com o trabalho no campo, a formação por alternância tem em vista a contenção do êxodo rural, oferecendo um ensino para a aptidão dos indivíduos, tanto no sentido de retirarem da pequena propriedade seu meio de sobrevivência, como para a conscientização do contexto social no qual eles se encontram, tornando-os cidadãos dispostos a lutar por melhores condições de vida. O presente livro tem como tema condutor a formação de alunos na Escola Família Agrícola Vida Comunitária, Instituição de ensino localizada na zona rural do Município de Comercinho, em Minas Gerais. Nosso objetivo é compreender, partindo dos preceitos do Materialismo Histórico, se a formação que a Escola oferece pode colaborar com os pequenos produtores em um contexto de avanço do agronegócio, que compromete sua sobrevivência no meio rural. A partir do contato com a Escola e seus atores, de análises documentais e de autores que abordam o Materialismo Histórico, a Educação Brasileira e a Pedagogia da Alternância, buscamos encontrar na instituição a possibilidade de um processo formativo voltado para a práxis, que possa elevar as condições materiais e humanas dos alunos, tal como foi intencionado pelos idealizadores das Escolas Famílias Agrícolas brasileiras.