Em "Entre santos", a narrativa se desenrola em uma igreja silenciosa após as orações do dia. Quando os fiéis se dispersam e as portas se fecham, duas imagens sagradas ganham voz e iniciam uma conversa inesperada. Comentam o comportamento de um devoto que costuma visitá-las, recordam pedidos antigos e observam a frequência com que ele retorna ao templo. À medida que falam, os santos retomam lembranças desse homem, reconstroem episódios que testemunharam e comparam impressões sobre suas idas e vindas. O diálogo acompanha o esforço de ambos para entender as atitudes do devoto, enquanto a quietude da igreja serve de cenário para essa troca que só acontece quando ninguém mais está presente.