As transformações advindas da estagnação do capitalismo, inaugurada na segunda metade do século XX, têm recebido crescente atenção de estudiosos das mais diversas áreas do conhecimento. Propiciando, uma série de argumentações teóricas que transpõem as estreitas fronteiras disciplinares. Entre as variadas teorias pelo menos uma é consenso. O modelo que se apresentava como capaz de estender seus benefícios a todo mundo, hoje é responsável pelo aprofundamento das desigualdades locais. Isso porque, sob a pressão da concorrência internacional e frente à necessidade de se adaptar aos movimentos cíclicos de contração e retração do mercado, os capitalistas adotaram estratégias competitivas que afetaram diretamente o alicerce da relação capital-trabalho, construído na primeira metade do século XX. No entanto, os diversos setores econômicos e as empresas que os compõem sentem de forma diferenciada os impactos do atual ambiente competitivo. Assim, a partir de um estudo que tem como objeto a economia industrial calçadista de Nova Serrana (MG), busca-se a constatação de similitudes e diferenças locais em relação às tendências do capitalismo tardio .