Embora o fato de ser homossexual seja sofrer preconceitos e discriminações, como se o amor pelo mesmo sexo fosse uma aberração, devemos, no entanto, ter em nossa mente de que desde que descemos das árvores o amor entre iguais, salvo raras exceções, foi discriminado, como veremos no decorrer deste livro. Assim, não pode causar espanto, mesmo hoje, que no mundo o amor entre seres do mesmo sexo seja visto por uma grande maioria como uma anormalidade, um ato que foge as regras conhecidas, da mesma forma como é discriminada, ou pelos menos, vista com certo ar de preconceito, o fato, por exemplo, de termos seis dedos ou, no caso de pessoas do sexo feminino, deixar crescer pêlos em parte do corpo, pernas e axilas principalmente, que embora não nos afete, a sociedade olha para seres que assim vivem como seres estranhos ao meio social. Feito isto, mesmo com os preconceitos incutidos no cérebro do ser humano, tanto o ser Homo quanto o ser heterossexual, são, na realidade, orientações sexuais que habitam o mesmo espaço físico, ou seja, a comunidade em que vivem e, portanto, como não poderia ser diferente, convivem lado a lado desde os primórdios da humanidade. Alguns dos textos aqui presentes, nos apontam que estudos antropológicos já realizados em todo o mundo demonstram, inclusive, ter havido sociedades primitivas em que ser homossexual não era impedimento para exercer papel importante junto à comunidade, como, por exemplo, conselheiros e curandeiros, entre outros encargos de relevada importância dentro da sociedade de então.