No sertão, onde a honra pesa mais que a vida e a palavra corre mais rápido que o vento, nasce a história de Valdemar — o "cabra macho" forjado entre boiadas, facões e cochichos de feira. Entre a coragem de enfrentar touros e jagunços, e o silêncio que corta mais que lâmina, ele se torna lenda, mito e alvo de boatos. Ao lado de Rosinha, mulher de fibra que sustenta a casa e o amor em meio às línguas afiadas, Valdemar atravessa caminhos de sangue, farda, fama e humilhação. Cada conquista vira motivo de desconfiança; cada filho, nova sentença do povo. Entre sertão, Bahia e Rio de Janeiro, o que se espalha não são apenas feitos de valentia, mas também intrigas, escárnios e a sombra cruel da desonra. Entre Facão e Fuxico é mais que romance: é denúncia, memória e canto. Mostra como o sertão — com sua seca, sua dureza e suas vozes — não apenas molda homens e mulheres, mas os transforma em mito e em ferida. Valdemar, personagem e símbolo, é a prova de que, no fim, o que sobra não é a fama nem o boato, mas o silêncio da caatinga guardando segredos como oração.