Este livro revela a dinâmica da construção de identidades políticas na cidade de Boa Vista - Roraima entre as décadas de 1970 e 1980, tomando como referênciao deslocamento das identidades tradicionais pensadas na perspectiva de "cultura política" para a "política de identidade", esta mais associada aos movimentos de minorias, tendo como forte representante local o movimento indígena, iniciado nesse período. O centro de atenção está na posição ocupada nesse processo pelas "pessoas comuns". Adota como fonte de pesquisa uma documentação variada: obras de memorialistas, relatos de visitantes e executivos, jornais – oficial, comerciais e alternativos –, monumentos, entrevistas individuais e documentos de diversas origens. Observa que o período se mostrava adverso à invenção de identidades, como de "boa-vistense", de "roraimense", que em alguns aspectos rivalizavam com a identidade nacional, fortalecida com a implantação do Território Federal de Roraima, assim como sofria influência também de movimentos de origem externa que se apresentavam com força na cidade, como a Teologia da Libertação e o ambientalismo.