Esta é uma obra autobiográfica e relata a trajetória de vida do autor desde o seu nascimento, em 10 de julho de 1950 -- uma segunda-feira fria e úmida, típica dos invernos rigorosos do Sul de Minas Gerais -- até o dia 10 de julho de 2010, ao completar 60 anos, rodeado de todos os filhos, noras e netas. A narrativa foi feita em ordem cronológica, sem muito rigor, às vezes aproveitando para relatar acontecimentos semelhantes ocorridos em ocasiões diferentes, ou mesmo para dar clareza às informações. A infância na fazenda, para onde se mudou, pouco antes de completar o primeiro ano de vida, é descrita com riqueza de detalhes sobre os costumes da época e as aventuras em meio a uma natureza exuberante. As primeiras lições na escola, onde ingressou tardiamente, aos oito anos de idade, bem como as aulas de Catecismo, recheadas de ameaças que o levavam a pesadelos terríveis com o fogo do Inferno, o Demônio e sua lança tridente, são descritas com pormenores, como se o autor as tivesse vivido no dia anterior! A primeira etapa de vida Entre as Montanhas de Minas foi encerrada em Muzambinho, onde passou cinco anos interno no Colégio Agrícola. A disciplina rígida, qual se fosse um quartel, o trabalho braçal durante as aulas práticas e o modelo de ensino, que exigia grande dedicação dos alunos, marcaram positivamente a vida do autor, que descreve o período com extremo saudosismo. A narrativa compreendida entre meados de 1969 e junho de 1974, quando passou pela Universidade e casou-se, foi enriquecida com a reprodução de algumas das inacreditáveis duas centenas de cartas trocadas com a namorada, que depois se tornou a mãe de seus filhos e a companheira de todos os momentos. A parte final da obra traz uma reflexão sobre a profissão abraçada, as dificuldades no cotidiano e os conflitos de quem, ao se aposentar, teve que aprender a desacelerar o ritmo de trabalho, que foi uma das maiores fontes de prazer, ao longo de sua vida.