Através deste trabalho, pretendemos oferecer alguns recursos para a leitura de um contexto nevrálgico, existente ainda, em nosso estado que é o trabalho escravo contemporâneo. Pretende-se ainda resgatar pontos ainda obscuros sobre o tema é exigir de todos nós uma análise mais crítica e aprofundada. O Brasil tem em sua constituição a ligação íntima com a mácula do trabalho escravo, que se iniciou com a exploração de mão de obra indígena e se consolidou com a exploração de negros africanos e seus descendentes, o que por mais de três séculos configurou suas relações econômicas e sociais. A verdade é que, guardadas as devidas proporções, nunca deixou de existir o trabalho escravo no Brasil. Mesmo após a sua abolição formal, em 1888, a escravidão permaneceu e, ao longo dos anos, adquiriu novos formatos. Esse é um fenômeno que ocorre também em diversos países. No passado, o escravo era visto como um bem material, que deveria ser minimamente preservado. Era mais caro comprar um novo escravo do que manter suas condições mínimas de sobrevivência. Hoje, pode se tornar mais simples descartar um trabalhador do que assegurar os seus direitos e as suas condições materiais e, embora o trabalhador não seja mais uma propriedade de seu soberano, ele muitas vezes é considerado como um produto para consumo imediato e posterior descarte. O tema evidencia também a necessidade da mobilização de todos os setores progressistas da sociedade paraense com o intuito de aprofundar a discussão sobre o assunto. No afã de propiciar às comunidades diversas de nosso estado, o funcionamento cruel do esquema do trabalho escravo e, de posse dos conhecimentos relevantes incursos neste tema, lutar com coesão para tentar a erradicação completa desse "câncer" social, pelo menos na região norte do Brasil e quiçá em todo o país!