Estamos falando de uma obra-prima da Literatura Universal. "Ensaio sobre o Exílio" é um livro lúdico, complexo, que busca a perfeição entre a escrita e a abordagem textual. Tudo nesse compêndio é mágico. Um romance estremado, há uma constante busca pela renovação na escrita. É um livro de fôlego, porém, em momento algum o autor deixa de levar avante os requisitos que sempre fizeram parte de sua obra. O livro navega um pouco acima do solo, outra impressão que fica quando se está a desenhar esse mapa percorrido pela personagem. Estamos, em verdade, diante de um profundo estudo da natureza humana. A introspecção é chave do texto, em seu grau mais profundo, acaba sendo revelada. Sendo profundo da forma como é, o livro faz circunvoluções e aproxima o homem de seus arquétipos, abrange todos os sentimentos possíveis numa personagem que está exilada em si mesma e procura uma chance para se redimir do processo de revolução tecnológica que abrange o espírito universal do planeta.
Aquisição de modernidade e de novidade para qualquer leitor que saiba extrair do texto as condições de um grande romance. Desses livros que engrandecem e, quando terminado, a sensação do leitor é aquela de que está a atravessar por um túnel, que a luz recebida na travessia é sempre promissora. A história acontece no Leste Europeu. Henriques sempre teve pela Hungria e pela Romênia esse amor desdobrado. Conhecendo o romancista como conhecemos, ele não deixaria de ocorrer nesses cenários.