Aqui não falarei de coisa fácil, mas de coisa simples. Simples no que tange à bruteza de todas as coisas. Difícil por conta da complexidade das nossas percepções, que tornam nebuloso tudo o que é simples.
Falarei das teses e antíteses, mas deixarei a cargo do leitor as sínteses, uma vez que qualquer síntese que eu venha a propor será sempre passível de refutação, e também porque sou assistemático, e sínteses tendem a criar sistemas fechados.
O que quero mostrar é que qualquer coisa que se diga pode ser refutada, e que apenas o nosso olhar pode trazer definições que trazem paz ou angústia, e a coisa não é nunca tão óbvia quanto parece ser.
Cada experiência de pânico e ansiedade é única e intransferível não apenas de pessoa para pessoa, como também do ""eu"" de um momento para o ""eu"" de outro momento. Por isso é extremamente difícil aplicar rótulos a tudo o que sentimos. Faltam palavras. As palavras são sempre lineares, assim como nossa percepção do tempo e da sequência das coisas. A realidade, porém, não está sujeita a esses limites."