"Tá doendo!" — gritava o autor dum livreto escrito na década de 90, sobre a necessidade de confrontar a camuflagem das nossas dores pelas vias da espiritualização. Foi um período de considerável avivamento, não obstante o enorme constrangimento do cristão caso o seu dilema pessoal se tornasse público. Afinal, o Deus que despertava a igreja, curava enfermos, resgatava cativos e batizava com o Espírito Santo, não permitiria em suas fileiras combatentes morosos e claudicantes, quaisquer que fossem suas razões. Irônica e paradoxalmente, a igreja avivada era uma comunidade implacável e intolerante com soldados feridos e cambaleantes, ainda que resilientes. Entretanto, apertos por fora ainda nutrem temores por dentro, que geram apertos por fora... num círculo quase ininterrupto e devastador.
Sim, tá doendo! Dói porque nossos desacertos potencializam os nossos medos. Mas cada um de nós, tal qual valente guerreiro pretensamente imune à crise, bravamente nos revezamos entre a ministração de esperança e a beira da estrada, alimentados pela compaixão de bons samaritanos que, a exemplo de Tito (2 Coríntios 7, 5-7), trazem lenitivo às nossas feridas e nos encorajam a prosseguir.
A temática sugerida pelo autor, então, é de enfrentamentos e esperança numa perspectiva autobiográfica e devocional, à medida em que narra a superação dos próprios conflitos, podendo se traduzir em referência para corações em desalento.