Como Virginia Woolf, gostaria de escrever sobre o silêncio. Do súbito encontro, do infeliz desencontro, da carta ainda lacrada, da palavra abafada, da mal dita. Do silêncio que precede a notícia; do silêncio da tumba. Daquele silêncio sorridente e daquele lacrimoso, de alegria e de do; de parto que é vida, de leito de morte. Daquele silêncio do raiar do dia e da cálida noite. Acho que ainda não foram criadas palavras suficientemente sensíveis e duradouras. Contento-me em, no murmúrio do pensamento, sonhar com o silêncio, dançar e me alegrar nele. Aí vão alguns dos silêncios que encontrei.