Nossa dúvida é sobre a desordem moderna. Por que em um mundo tão rico, com tanta tecnologia, conhecimento e riquezas há tanta desordem, violência, mortes, destruição, insegurança e falta de sentido? Por que o homem não consegue alocar os recursos certos para resolver essas situações? Por que o homem que se diz racional não consegue pôr ordem em sua existência? Parte das respostas estão em nossa origem. Os símbolos do passado estão se desintegrando e sua perda desorienta levando à desordem; o sintoma parece uma crise, uma separação.
Nos estudos sobre a ciência da consciência, de Eric Voegelin e outros filósofos, entendemos que a consciência é o centro de ordem do homem e da sociedade. É na consciência do homem — seu espírito — que encontramos a tensão para o fundamento divino da existência e é essa tensão que nos diferencia dos animais. É nela que encontraremos a fonte de nossa humanidade e nossa racionalidade saudável. Sem a vida em tensão para o fundamento nos sobra apenas uma racionalidade utilitária descomprometida com a vida do próximo, fruto de uma epifania egofânica doentia. Conhecer a estrutura da consciência humana é o caminho para compreender a desordem moderna e o objetivo desta coleção.